sábado, 14 de fevereiro de 2009

Cidadão guaçuano

Hoje, orkutando, tive uma bela surpresa com a qual me emocionei muito. Encontrei a intérprete e compositora Tammy Cezar, filha do brilhante cantor, compositor, letrista, instrumentista e produtor Carlos Cezar.

Tive a honra e o prazer de entrevistá-lo algumas vezes, ainda como repórter da Gazeta Guaçuana. Não cheguei a ser amiga dele. Não. Não posso afirmar isso. Mas ao conhecê-lo pessoalmente, eu, que já o admirava, passei a ser fã mesmo.

Apesar do artista brilhante e versátil que sempre foi, recebeu-me com simpatia e simplicidade em sua casa. Viajei com as histórias dele em suas perfomances em navios, vibrei com suas vitórias em diversos festivais, inclusive os promovidos pela Record e, principalmente, emocionei-me com aquele homem sensível, capaz de compor com tamanha facilidade que, às vezes, fazia os arranjos para a letra que ainda estava compondo. Surpreendi-me quando afirmou ter escolhido Mogi Guaçu como a cidade que queria viver e onde havia conquistado muitos amigos. Levou, elevou o nome da cidade durante suas apresentações em diversos programas de televisão. Será que chegou a receber o título de Cidadão Guaçuano? Esta informação não tenho, pois há anos trabalho fora da cidade.

Para se ter uma idéia de quem era Carlos Cezar, lembro-me que, certa vez, tive a ousada de telefonar para a sua casa e convidá-lo a participar de uma reunião de membros da Casa do Escritor, que à época recebia um pessoal de Embu das Artes. Lembra-se Fátima? Ele não só aceitou como cantou como nunca! Diversos gêneros e estilos. Passava da música raiz ao blues. Do sertanejo ao reggae. E sem cobrar cachê!
Cantava porque amava. E por isto encantava a todos. Não só pelo talento, mas também pela empatia, pela maneira exótica de se vestir, pelo jeito calmo de falar e de sorrir, assim, meio de lado. Em uma das entrevistas, fui premiada com um disco contendo várias letras de sua autoria. Guardo com o maior carinho, até hoje, viu Tammy?
Outro episódio que marcou-me profundamente foi que, ainda adolescente, participei de um concurso nacional de poesia promovido pela Editora Shogun Arte, do Rio de Janeiro. Cerca de 10 trabalhos - não me lembro mais - foram selecionados e publicados em uma Antologia. Tempos depois, recebi uma carta supostamente assinada por Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli consultando-me sobre meu interesse ou não para que musicassem minhas poesias. Imagina!
Eu, que já os conhecia de nome (famosos que eram), não dei a importância devida. Porque, sinceridade, julguei ser brincadeira de alguém. Passaram-se os anos, encontrei Carlos Cezar na Emia - Escola Municipal de Iniciação Artística, que à época funcionava onde hoje é a sede do SENAC - e, só para sanar minha curiosidade, mostrei-lhe a carta e perguntei se seria possível aquela proposta. Ele então me informou que sim, pois Menescal e Bôscoli tinham uma produtora musical no Rio. Com certeza perdi ali uma grande oportunidade! Dá para acreditar? Saudade Carlos Cezar! Seu parceiro por muitos anos, o cantor Cristiano, que continua nos palcos da vida, pode falar dele com maior propriedade. Se puder e quiser, que o faça!