sábado, 28 de fevereiro de 2009

Mensagem de um idoso




Recebi esta mensagem da Dra. Jaque - enfermeira - e decidi publicá-la pela beleza do texto e pela importância das palavras que nos remete à reflexão. É uma homenagem ao Dia do Idoso, comemorado ontem, dia 27 de fevereiro. Leia e reflita:


Se meu andar é hesitante e minhas mãos trêmulas, ampare-me...


Se minha audição não é boa e tenho de me esforçar para ouvir o que você diz, procure entender-me...


Se minha visão é imperfeita e o meu entendimento é escasso, ajude-me com paciência...


Se minhas mãos tremem e derrubam comida na mesa ou no chão, por favor não se irrite, tentei fazer o melhor que pude...


Se você me encontrar na rua, não faça de conta que não me viu, pare para conversar comigo ou simplesmente partilhe um sorriso, sinto-me tão só...


Se lhe contei pela terceira vez a mesma 'história' num só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me...


Se me comporto como criança, cerque-me de carinho...


Se estou doente e sou um peso em sua vida, não me abandone,


um dia você terá a minha idade...


A única coisa que desejo neste meu final da jornada é um pouco de Respeito e de Amor...


Um pouco...do que lhe dei um dia!!!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Indignação sim. Banalização não.

Recebi um e-mail de Márcio Kardoso através do qual enviou-me um vídeo que mostrava um assalto e um assassinato. E ele me perguntava: não é para se indignar, Lúcia? Sim, Márcio, é para se indignar sim. Só que na minha opinião, a violência está se tornando banalizada. A toda hora assistimos imagens e ouvimos relatos sobre fatos que são horripilantes.
Mas não só nós, crianças também crescem vendo estas imagens e, com o tempo, é como se toda violência fosse um ato "normal". Afinal, acontece a toda hora, em qualquer lugar. A solução? O resultado é que cada dia mais pessoas "do bem" se vêem trancafiados dentro de casa, tolhidos na sua liberdade de ir e vir.
Enquanto os bandidos, os marginais, estes permanecem nas ruas. Não por culpa exclusiva de policiais militares ou civis. Não. Mas sim, por culpa de todo o sistema em funcionamento, que estamos cansados de saber, não funciona. Precisaria uma reforma total, geral. Enquanto isto não acontece, seguimos acompanhando crimes bárbaros, violências gratuitas.
Portanto, Márcio, não podemos deixar de nos indignar. Jamais. Pode não solucionar o problema, mas pelo menos continuaremos sendo sensíveis às dores, aos medos, às perdas de nosso próximo. Não podemos é deixarmos de ser humanos.

Parabéns mogimirianos



Dois dos seis autores do cartaz da Campanha da Fraternidade 2009 são de Mogi Mirim: Adauto Henrique Cavalcante e Luís Gustavo Cavalcante. Concorreram 47 cartazes e o vencedor foi um grupo da Agência Oficina Design & Comunicação, de Campinas. Os dois integram a equipe da Agência. Os outros integrantes da equipe são Nathália Bellan, Ana Paula Couto, Bianca Uehara Trava e Fernando Ribeiro Moretti, todos de Campinas.
Conforme explicaram os autores do cartaz vencedor em site da CNBB, “o conceito principal da imagem é mostrar que a paz pode ser conseguida em qualquer nível cultural ou econômico e a cultura é uma forte ferramenta para conseguirmos a paz”. O tema da Campanha deste ano é “Fraternidade e Segurança Pública” e tem como lema “A paz é fruto da Justiça”.

Os Tres Filtros De Socrates

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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A polêmica sobre o título de Cidadão

Caros leitores, vocês que têm debatido no blog a questão de concessão do Título de Cidadão Guaçuano, indagando e questionando quais os critérios utilizados para a escolha do nome que receberá a homenagem, tranqüilizem-se pelo menos com um fato: não é só em Mogi Guaçu que a concessão do Título de Cidadão deixa dúvida sobre a seriedade da iniciativa.
Fui informada que, em Mogi Mirim, o chefe da Casa Civil do Estado, Aloysio Nunes Ferreira Filho, será homenageado com a honraria na manhã do dia 28, sábado, no Clube Recreativo. A idéia de homenageá-lo com o título de Cidadão Mogimiriano foi do prefeito da cidade, Carlos Nelson Bueno (PSDB), que sugeriu ao presidente da Câmara, Oswaldo Quaglio (PSDB) a apresentação do projeto, aprovado por unanimidade.
Acontece que a concessão do título de Cidadão é feita, em tese, para personalidades com serviços prestados à cidade, sejam ou não moradores da mesma. No caso de Aloysio Nunes Ferreira Filho, pelo que consta, não há registros conhecidos de relações dele com Mogi Mirim, a não ser no campo político. Simples assim. Talvez aí esteja a explicação que todos vocês, leitores do blog, estão buscando: ter relações no campo político. Esse é o segredo.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Notícia preocupante

A faxineira Sônia Aparecida Krepschi Diaz, 48 anos, morreu com suspeita de dengue hemorrágica na noite de anteontem em Araras (168 km de SP). Esse pode ser o primeiro caso de morte de dengue hemorrágica no ano no Estado.
Segundo a família, Sônia disse que foi picada por um mosquito na quinta-feira da semana retrasada em uma plantação de mostarda. Na segunda-feira seguinte, a faxineira começou a passar mal e foi levada ao pronto-socorro, onde o médico suspeitou de dengue, como revelou Mirian Elaine Krepschi, 28 anos, irmã de Sônia. "Ele disse que era muito cedo para fazer exames."
Como o quadro de febre e dores no corpo não melhorou, na quinta-feira passada, a família levou Sônia para o Hospital São Luiz, onde, segundo a irmã, foi feito um exame que confirmou ser dengue e a paciente foi internada.
"Ela teve uma piora muito grande e, anteontem, o médico disse que era dengue hemorrágica", afirmou Mirian. Sônia morreu às 22h30 de anteontem. A irmã afirmou que o hospital chegou a solicitar um exame no IML para confirmar o quadro de dengue hemorrágica, o que depois foi dispensado pelo hospital, pois o médico confirmou o diagnóstico.
Procurado, o hospital não se pronunciou. No boletim de ocorrência do caso, há duas causas para a morte : pneumonia e dengue hemorrágica.
Gente, a questão é séria. A população pode auxiliar no combate ao mosquito transmissor da dengue. E deve também se informar sobre a doença e sobre as maneiras de como previní-la. Leia abaixo:

PREVINA-SE
A dengue é uma doença provocada por um vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Seus sintomas são febre alta, dor de cabeça e nos olhos, dores nos músculos e nas articulações, febre alta, manchas avermelhadas pelo corpo, falta de apetite, fraqueza e sangramentos, nos casos de dengue hemorrágico.
Procure imediatamente um médico. Faça repouso, beba muito líquido e só use medicamentos para dor e febre com indicação do médico.
Evite tomar qualquer analgésico à base de ácido acetilsalicílico, pois esta substância aumenta o risco de sangramento, nos casos de dengue hemorrágico.

O COMBATE DEVE SER PERMANENTE

Para evitar o dengue é necessário impedir o crescimento do mosquito. O combate deve ser permanente, no trabalho e na sua residência, observe os seguintes cuidados:
VASOS DE PLANTAS - Não deixe acumular água em vasos, pratos e jarros de plantas
EMBALAGENS - Não deixe jogados objetos que possam acumular água, como latas, copos e embalagens plásticas
GARRAFAS - Garrafas e frascos vazios devem ficar de cabeça para baixo
PNEUS VELHOS - Deixe-os em local seco e protegido da chuva ou livre-se deles
LIXO - Mantenha o latão de lixo tampado e seco
CAIXAS D'ÁGUA, CISTERNAS OU OUTRO RESERVATÓRIO DE ÁGUA -
Devem ficar bem fechados, sem frestas, impedindo a entrada do mosquito.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Roseli Coelho: uma vida dedicada à arte de representar e educar



Quem em Mogi Guaçu e região já não ouviu falar ou não conhece Roseli Coelho? Sempre ativa, incansável e premiadíssima em diversos festivais, onde arrebatou prêmios nas categorias Melhor Espetáculo, Iluminação, Ator, Atriz, Adaptação, Direção, Figurino, Sonoplastia, Músicas Inéditas, entre outros.
Antenada, está sempre participando de workshops e novos cursos em outros municípios do interior e também na capital, acompanhando tudo o que há de novo ou diferente na maneira de entreter, divertir e educar a platéia, que em Mogi Guaçu sempre está presente, talvez reconhecendo merecidamente o trabalho que desenvolve com adolescentes e jovens em escolas municipais, estaduais ou particulares.
Formada pela Faculdade Mozarteum de São Paulo, com Licenciatura plena - habilitação em artes cênicas - desde 1988, Roseli foi apontada como a melhor atriz na fase municipal do Mapa Cultural Paulista por sua atuação na peça Um Dia Muito Especial. Dirigiu o Projeto Quebrando Barreiras de Teatro com Deficientes em parceria com a Secretaria de Cultura do Estado. Em 2005 foi selecionada para o Projeto Ademar Guerra recebendo orientação de Danielle Varotto com o grupo de teatro da EMIA com a peça “A Casa de Bernarda Alba” de Federico García Lorca. Em 2007 foi novamente escolhida para o Projeto Ademar Guerra recebendo orientação de Reginaldo Nascimento com o grupo de teatro da EMIA, com a peça “Eles não usam Black-tie” de Gianfrancesco Guarnieri. No mesmo ano foi selecionada para participar do 6º. Fórum Artístico da Cooperativa Paulista de Teatro – A criação teatral no interior do Estado – Encontro Regional do Projeto Ademar Guerra, em Bauru, numa realização da Secretaria do Estado da Cultura, Prefeitura Municipal de Bauru, Cooperativa Paulista de Teatro, Governo do Estado de São Paulo, Projeto Ademar Guerra, Abaçai e Funarte.
Devido à extensão e à riqueza de seu currículo, solicitei que ela mesma falasse um pouco da sua história. E aí está:
"Minha vida no teatro ou o teatro na minha vida começou na faculdade. Jamais imaginei que eu, um dia fosse amar e viver com o teatro de forma tão intensa.
Mas ele tornou-se parte do meu trabalho, quando, em 1991, morando em Mogi Guaçu e lecionando Arte em uma escola estadual, uma aluna me procurou pedindo que eu dirigisse um grupo da escola para participar do FETEG.
A minha resposta foi: “O que é FETEG?”.
Eu não sabia, morava há pouco tempo na cidade e ainda não conhecia os costumes. Ela me explicou que era um Festival de Teatro do Estudante Guaçuano e que todas as escolas podiam participar. Como elas não tinham ninguém para ajudá-las, resolveram me procurar por eu ser a professora de Artes. Fiquei lisonjeada e aceitei o desafio, afinal eu nunca tinha dirigido um espetáculo antes.
Daí para cá o meu envolvimento com o teatro não parou mais. Nesta escola fiz um trabalho voluntário, trabalhando aos sábados, domingos e feriados por 8 anos consecutivos.
Participamos de diversos festivais além de Mogi Guaçu, como o que acontece nas cidades de Santos, Tatuí, Sumaré, Campinas. Foi uma experiência inesquecível. Fico feliz em saber que plantei sementes, muitas estão dando frutos, dirigindo seus grupos ou atuando, outras ficaram marcadas para o resto da vida com o teatro de forma positiva.
Parei por uns quatro anos e meio para repor energias e conviver mais com minha filha, precisava muito, nem por isso deixei de ter contato com o teatro e projetos, mas sem participação em festivais.
Voltei em 2003, até então era um trabalho voluntário, a partir deste ano, passei a ser contratada como professora de Teatro.
Trabalho com nove grupos (loucura maravilhosa, pela prefeitura e escola particular), onde até o ano de 2007 montava espetáculos com todos eles e a partir de 2008 optei por esquetes com alguns grupos e um ou dois espetáculos envolvendo praticamente todos, porque estava ficando difícil demais montar oito, nove e até dez espetáculos por ano e ainda lecionar Arte, pesquisar...
Sou a pessoa que mais dirigiu peças de teatro no FETEG e, por favor, não estou sendo exibida, não me levem a mal, mas também a mais premiada. Em um ano montei oito espetáculos para o festival, sem contar as outras montagens para eventos específicos, como Folclore, Semana da Consciência Negra etc.
Preciso encontrar muitas coisas (ainda bem!) e não quero me acomodar. Estou sempre a procura de cursos que proponham descobertas, desapego, escuta... E cada vez que me encontro nestes cursos, percebo que não sei nada.
Tenho encontrado pessoas generosas, que compartilham sua sabedoria de maneira maravilhosa.
Estou feliz em perceber que ainda tenho muito a descobrir.
É isto!
Sou Roseli e falei!"
Merece ou não aplausos e admiração? Além de todo este trabalho com o teatro, Roseli Coelho é mulher, mãe, amiga...E mesmo sabendo da sua importância principalmente para Mogi Guaçu, nunca a vi se esquivar de um convite, recusar a aceitar um desafio ou simplesmente, atender ao meu modesto pedido para que parte da sua história fosse contada neste blog. Parabéns Roseli! Também ficamos felizes por saber que ainda tem muito a descobrir e, é claro, a ensinar!

Cometa Lulin poderá ser visto



O esverdeado Lulin poderá ser visto cruzando o céu, na madrugada desta terça-feira, com o auxílio de um binóculo. Atual cometa mais brilhante do espaço, o Lulin só deverá retornar para esses lados daqui a 60 milhões de anos.

A situação ideal para enxergar o astro é estar em um local com céu limpo, longe das luzes urbanas. Se o tempo colaborar, é possível que o Lulin possa ser visto a olho nu, mas o uso de binóculo é recomendável.

O cometa passará próximo a Saturno e, para visualizá-lo, é necessário olhar para o Leste, onde o sol nasce. Por estar na fase minguante, a Lua deve facilitar a observação, não ofuscando o brilho verde do Lulin.

A distância entre o astro e os observadores será de 60 milhões de quilômetros— a metade da distância entre o Sol e a Terra, conforme informa o Zero Hora.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Davi, o amado


Hoje pude sentir a vida de um novo ser pulsando bem perto do meu coração. No meu colo, Davi, meu sobrinho que nasceu no dia 12 de fevereiro, abriu os olhinhos espertos, mexeu braços e pernas como se já desejasse estar "se virando sozinho". É lindo! Quando olho para ele posso sentir a maravilha, o mistério, a misericórdia, o amor de Deus em um novo ser.

Olhando para o Davi, lembrei-me do nascimento da mãe dele, a Leila, que para mim, então com nove anos, era um mistério maior ainda. Emocionante vê-lo sugar o leite dos seios daquele meninha que eu gostava de ficar olhando no berço e que, quando chorava, eu na tentativa de acalmá-la molhava a chupeta no açúcar e a colocava em sua boca. Meu irmão ficava bravíssimo!

É claro que hoje, com o Davi, não tomarei esta atitude, mas quero acompanhar o crescimento dele desde agora, quando ainda está no berço, até quando Deus me permitir. Davi já pode ser considerado um guerreiro. Prematuro, teve que permanecer no hospital por oito dias para que seu pulmãozinho se fortalecesse. E ele se fortaleceu mais rápido do que o esperado. É perfeito!

Seja bem vindo Davi! Você é uma benção nas nossas vidas desde a sua fecundação. E creio que o será sempre porque tenho a certeza de que andará nos caminhos do Senhor, o mesmo Deus que abençoou o encontro e a união de Leila e Clenésio que desde o primeiro instante o amaram. Que cresça saudável em todos os sentidos.

Que encha nossas vidas, nossas casas, nossas famílias com seus risos, seus choros, suas artes e travessuras. Quero que saiba que o amo! Muito! E espero que nós dois sejamos próximos, muito próximos. Deus o abençõe hoje e sempre!

Tentei colocar uma foto sua aqui no blog, mas infelizmente, não consegui. Mas quem quiser conferir tudo o que estou dizendo é só procurar pelo orkut de Leila e Clenésio e ver a beleza e a perfeição que ele é. Não estou exagerando, vocês podem conferir! Clenésio não se cabe de alegria e contentamento e a Leila, que como me contou nunca antes havia pego um bebê no colo, parece ter sido mãe desde sempre. Abençoada família!
Hoje recebi uma foto enviada pela minha sobrinha, mãe dele. Olhem e vejam se não tenho razão. É lindo demais!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O tempo não conta



Lembrei-me hoje de letras de músicas que não ouço há muito, muito tempo. A maioria delas me traz boas lembranças. Saudade não. Nem falta, porque penso que a vida é isto mesmo. É um constante continuar, passar, seguir. O que conta não é o tempo. Mas o bom proveito que fiz dele. É o que conheci, vi, senti, vivi. E hei de viver ainda. Muito! Em todo caso, se assim não for, não chorem por mim. Pois tenho certeza de estar vivendo bem. Aprendi a ganhar e também a perder. Sei como sorrir e choro quando sinto vontade de chorar. Meus olhos viram - e ainda hão de ver - tanta coisa bela! E meus ouvidos ouviram e ouvem melodias realmente incríveis! E minhas narinas sentiram e sentem tantos cheiros bons: de jasmim, de arroz-doce com canela, de flor de laranjeira, de terra, de pão de queijo, de broa de fubá e também cheiro de você, de vocês que passaram pela minha vida. Minha pele sente toques, carícias indescritíveis. Toque de pétala de rosa, de um cobertor macio em um dia frio, de um abraço espontâneo, de dedos que tentaram decorar meus traços, de brisa no final da tarde, de orvalho nos pés de manhã bem cedinho...

Não sei quanto tempo tenho. Ninguém o sabe e quando o sabe faz tudo para revertê-lo. Sei só que sou grata. Que gosto do que vivi até agora. Que não me arrependo, nem mesmo dos meus inúmeros erros, pois me fizeram aprender e crescer. E eu serei sempre aprendiz. Aberta e disposta a acompanha o que o tempo ainda me reserva. Que venha o tempo! E que vivamos sem máscaras. Mesmo que, às vezes, doa. A dor também não há de ser eterna. Nada é eterno. E o que me encanta mesmo é esta transitoriedade. Bom que seja assim!

Comecei falando sobre música e quero concluir com uma letra que, ao meu ver, é maravilhosa. Almir Sater e Renato Teixeira:

Ando devagar porque já tive pressa

e levo esse sorriso, porque já chorei demais

Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe

eu só levo a certeza de que muito pouco eu sei,

eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,

o sabor das massas e das maçãs,

é preciso amor pra poder pulsar,

é preciso paz pra poder sorrir,

é preciso a chuva para florir.

Penso que cumprir a vida

seja simplesmente compreender a marcha,

e ir tocando em frente

como um velho boiadeiro levando a boiada,

eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou,

de estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,

o sabor das massas e das maçãs,

é preciso amor pra poder pulsar,

é preciso paz pra poder sorrir,

é preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia, todo mundo chora,

Um dia a gente chega, no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história,

e cada ser em si carrega o dom de ser capaz, e ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs,

o sabor das massas e das maçãs,

é preciso amor pra poder pulsar,

é preciso paz pra poder sorrir,

é preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa

e levo esse sorriso porque já chorei demais

Cada um de nós compõe a sua história,

e cada ser em si carrega o dom de ser capaz,

e ser feliz.

Desrespeito ao consumidor



Há algum tempo, a Telefonica lidera o ranking de reclamações no Procon. Não é para menos. Para conseguir falar com um atendente, o consumidor precisa ter disponibilidade de, no mínimo, sete horas.
Isso mesmo. Pois é. É o relato de uma leitora que, desde o início do mês, tenta cancelar serviços digitais. Ela conta que, disca 10315, conforme orientação da empresa. Aí, a secretária eletrônica informa que para melhorar o atendimento, houve alterações, ou seja, agora há o reconhecimento de voz. Ela pergunta e você responde.
Depois, gentilmente, a secretária eletrônica solicita que o consumidor aguarde para falar com um dos representantes da empresa. Enquanto isto, a pessoa fica ouvindo uma música indefinidamente, até que a ligação caia e seja necessário começar todo o processo novamente. A consumidora tentou uma, duas, três, quatro, cinco vezes. Enfim, desistiu.
Dia seguinte, mesma maratona. Inúmeras ligações. Finalmente, três horas da tarde - ela começou a ligar as nove horas da manhã - um representante a atende. Ela explica o que deseja. O representante solicita os dados e lhe passa um número de protocolo. Até agora, conforme me mostrou, ela coleciona seis números diferentes de protocolo. Cada um passado por um representante. E o mais interessante, até agora, sua solicitação não foi atendida. Explicação por parte da empresa? Nenhuma. O desrespeito e o descaso são tão grandes que é desnecessário comentar. Basta saber quantos consumidores estão migrando para outra operadora na cidade. Talvez seja este o seu caso, cara leitora.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Soneto à querida Maria Lúcia

Na linda Alfenas Cidade das Águas,
Estado doce de Minas Gerais,
Maria Lúcia menina...nasceu
para a alegria do mundo e dos pais.

Por vales, colinas e Ribeirões,
nossa menina brincou e correu;
e na mais alta montanha subiu,
foi meditar...a menina cresceu.

Justificando a existência entrelinhas,
naturalmente a poesia chegava,
repensa “O jogo das Amarelinhas”.

Quer ler a alma do mundo, informar,
com olhos livres, com fidelidade,
reescreve a história, com um novo olhar.

Fátima Fílon

Obrigada!


Pelo carinho que tenho recebido.
Pelas palavras encorajadoras.
Pelas postagens.
Pelas visitas a este blog.
Criado a menos de 20 dias, o blog até agora já foi visitado por exatamente 95 pessoas.
Sinto-me honrada. Lisonjeada mesmo.
Espero que continuem visitando, postando comentários, enviando sugestões. A participação de todos é muito importante.
Agradeço também pelas inúmeras manifestações de amigos e familiares felicitando-me pelo meu aniversário. As palavras de cada um fez melhor e mais bonito o meu dia. Pode acreditar!
Amigos são o que de mais importante a gente pode conquistar na vida. São de extrema importância para que possamos dividir cada experiência, cada vitória, cada alegria, cada fracasso, cada tristeza. Enfim, cada momento. Obrigada pela presença de todos vocês em minha vida. Pessoas generosas, corajosas, lutadoras, guerreiras. De alma e coração puros. De sorriso aberto, de abraço apertado, de gestos inesperados. Isso realmente é o que importa. Sentir pessoas como vocês por perto. Com a convivência com cada um de vocês, posso melhorar a cada dia. Muito obrigada! De coração!

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Faboci promete dinamizar a cultura

Quero deixar registrado o meu total apoio ao secretário municipal de Cultura, Edemilson José Faboci, pela declaração através da qual disse pretender dinamizar as atividades no Centro Cultural. Espero, sinceramente, que receba respaldo e disponha de condições para colocar em prática suas idéias e seus projetos.
Uma das ações que mais me agrada é a que Faboci disse ter como meta que o carro-biblioteca tenha o acompanhamento de uma escritora, tornando-o mais "criativo". Na minha opinião a idéia é digna de aplausos, pois as crianças terão um contato ainda mais direto com a leitura. Poderão até, quem sabe, acompanhar uma estória "ao vivo".
E caso não haja recursos para trazer escritores de fora do município, pode-se aproveitar os que temos aqui na cidade, cujo número não deve ser pequeno. Afinal, temos uma Casa do Escritor e uma Academia Guaçuana de Letras. Diversas pessoas já foram premiadas por seus trabalhos. Se também isso não for possível, existem atores amadores ou não que podem auxiliar na tarefa, como é o caso de Iva Marques, Roseli Coelho, Romildo Augusto, só para citar alguns que já desenvolveram e desenvolvem trabalhos relacionados à arte-educação. Parabéns Faboci, que suas idéias floresçam! Ganharemos nós e também moradores de cidades vizinhas. Boa sorte!

Autoritarismo só? É mais que isso...

Surpreende-me que o sindicalista e agora vereador Celso Luiz (PV) tenha declarado que "O prefeito não é obrigado a responder. Ele responde se quiser, se ele achar que deve responder", quando em discurso proferido em sessão da Câmara em defesa do prefeito Paulo Eduardo de Barros, o Dr. Paulinho, que se recusou a responder perguntas sobre temas polêmicos feitas por uma jornalista da cidade. Como dizia Rui Barbosa, "a imprensa é a vista da Nação..."
A atitude do prefeito não foi apenas autoritária. Foi, no meu ponto de vista, impensada até. Porque como homem público que se transformou, com o respaldo e apoio do povo guaçuano, a quem se não tem a obrigação legal, deve ter a obrigação moral de deixá-lo informado com clareza, transparência e verdade sobre seus projetos, planos e realizações, como qualquer outro cidadão público.
Como homem sábio e culto que é, com certeza o prefeito sabe que a jornalista estava apenas cumprindo a sua função da melhor maneira possível, Deve saber também, como homem sensível e ligado ao povo, que aos seus eleitores e aos moradores de um modo geral, interessa não "o brilho" que a entrevista possa ter, mas principalmente, o seu conteúdo.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Cidadão guaçuano

Hoje, orkutando, tive uma bela surpresa com a qual me emocionei muito. Encontrei a intérprete e compositora Tammy Cezar, filha do brilhante cantor, compositor, letrista, instrumentista e produtor Carlos Cezar.

Tive a honra e o prazer de entrevistá-lo algumas vezes, ainda como repórter da Gazeta Guaçuana. Não cheguei a ser amiga dele. Não. Não posso afirmar isso. Mas ao conhecê-lo pessoalmente, eu, que já o admirava, passei a ser fã mesmo.

Apesar do artista brilhante e versátil que sempre foi, recebeu-me com simpatia e simplicidade em sua casa. Viajei com as histórias dele em suas perfomances em navios, vibrei com suas vitórias em diversos festivais, inclusive os promovidos pela Record e, principalmente, emocionei-me com aquele homem sensível, capaz de compor com tamanha facilidade que, às vezes, fazia os arranjos para a letra que ainda estava compondo. Surpreendi-me quando afirmou ter escolhido Mogi Guaçu como a cidade que queria viver e onde havia conquistado muitos amigos. Levou, elevou o nome da cidade durante suas apresentações em diversos programas de televisão. Será que chegou a receber o título de Cidadão Guaçuano? Esta informação não tenho, pois há anos trabalho fora da cidade.

Para se ter uma idéia de quem era Carlos Cezar, lembro-me que, certa vez, tive a ousada de telefonar para a sua casa e convidá-lo a participar de uma reunião de membros da Casa do Escritor, que à época recebia um pessoal de Embu das Artes. Lembra-se Fátima? Ele não só aceitou como cantou como nunca! Diversos gêneros e estilos. Passava da música raiz ao blues. Do sertanejo ao reggae. E sem cobrar cachê!
Cantava porque amava. E por isto encantava a todos. Não só pelo talento, mas também pela empatia, pela maneira exótica de se vestir, pelo jeito calmo de falar e de sorrir, assim, meio de lado. Em uma das entrevistas, fui premiada com um disco contendo várias letras de sua autoria. Guardo com o maior carinho, até hoje, viu Tammy?
Outro episódio que marcou-me profundamente foi que, ainda adolescente, participei de um concurso nacional de poesia promovido pela Editora Shogun Arte, do Rio de Janeiro. Cerca de 10 trabalhos - não me lembro mais - foram selecionados e publicados em uma Antologia. Tempos depois, recebi uma carta supostamente assinada por Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli consultando-me sobre meu interesse ou não para que musicassem minhas poesias. Imagina!
Eu, que já os conhecia de nome (famosos que eram), não dei a importância devida. Porque, sinceridade, julguei ser brincadeira de alguém. Passaram-se os anos, encontrei Carlos Cezar na Emia - Escola Municipal de Iniciação Artística, que à época funcionava onde hoje é a sede do SENAC - e, só para sanar minha curiosidade, mostrei-lhe a carta e perguntei se seria possível aquela proposta. Ele então me informou que sim, pois Menescal e Bôscoli tinham uma produtora musical no Rio. Com certeza perdi ali uma grande oportunidade! Dá para acreditar? Saudade Carlos Cezar! Seu parceiro por muitos anos, o cantor Cristiano, que continua nos palcos da vida, pode falar dele com maior propriedade. Se puder e quiser, que o faça!





quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cresce a procura pela auto-hemoterapia

Outro dia, um estudante do curso de Farmácia propôs que eu conhecesse o tratamento auto-hemoterápico, que está sendo bastante procurado na farmácia de seu pai, aqui mesmo, em Mogi Guaçu. Ele até chegou a me oferecer um DVD, por R$ 5,00, através do qual o médico carioca Luiz Moura, defensor e um dos maiores responsáveis pela divulgação da prática no Brasil, fala dos benefícios do tratamento. Contou-me também que, só na parte da manhã daquele dia, três pessoas haviam comparecido à farmácia para se submeter ao tratamento, o qual segundo ele, tem preço acessível e eficácia garantida. Cada aplicação custa R$ 8,00. “Tem sido bom para tudo”, garantiu-me. O vídeo está disponível no Youtube. Tudo isto porque fiz um comentário sobre dor na sola dos pés. A prática encontra-se rodeada em polêmica em virtude da falta de respaldo científico.
Auto-hemoterapia é uma prática homeopática ligada a isoterapia, que consiste na recolha de sangue a partir de um vaso sanguíneo e administração desse sangue por via intramuscular à própria pessoa, no músculo ou nas nádegas.
Foi introduzida no Brasil pelo médico brasileiro Licínio Cardoso e consistia originalmente em aquecer o sangue até a temperatura de 37 °C, por 24 horas, dinamizá-lo e aplicar injeção intramuscular. A quantidade de sangue, frequência da administração e duração das aplicações depende da doença a ser tratada. Esta prática tem sido usada com a intenção de curar ou limitar a progressão de várias doenças, que de acordo com relatos de casos pessoais, incluem hipertensão, diabetes, malária e hepatite B, entre outras.
A auto-hemoterapia encontra-se rodeada em polêmica. O argumento de vários defensores da prática baseia-se em relatos de pessoas que garantem ter atingido a cura graças ao uso da auto-hemoterapia, enquanto que os seus críticos apontam para a inexistência de estudos que demonstrem a sua eficácia e segurança. A falta de respaldo científico é reconhecida pelos próprios defensores do método.
De acordo com a legislação brasileira, apenas um médico especialista em hemoterapia ou hematologia (ou outro profissional devidamente reconhecido para este fim pelo Sistema Estadual de Sangue) pode responsabilizar-se por procedimentos hemoterapêuticos. O Conselho Federal de Medicina proíbe aos médicos brasileiros a utilização de outras práticas terapêuticas não reconhecidas por essa comunidade científica, como é presentemente o caso da auto-hemoterapia, que, assim, não pode ser considerada um tratamento médico no Brasil.
A auto-hemoterapia consiste num tipo de transfusão autóloga (para si próprio) de sangue, e assim como qualquer outra transfusão traz em si um risco, seja imediato ou tardio, devendo, portanto, ser criteriosamente indicada. A ausência de indicações comprovadas é parte do motivo pela qual a Agência Nacional de Vigilância Sanitária brasileira (ANVISA) considera o uso da auto-hemoterapia uma infracção sanitária e sujeita os envolvidos às penalidades previstas na lei.



Alerta da Anvisa
Nota Técnica nº 1 de 13 de abril de 2007 Auto-Hemoterapia: Considerando os questionamentos recebidos pela Gerência de Sangue e Componentes – GGSTO/ANVISA, sobre a prática denominada de “auto-hemoterapia” esclarecemos o que segue:
1. A prática do procedimento denominado auto-hemoterapia não consta na RDC nº. 153, de 14 de junho de 2004, que determina o regulamento técnico para os procedimentos hemoterápicos, incluindo a coleta, o processamento, a testagem, o armazenamento, o transporte, o controle de qualidade e o uso humano de sangue e seus componentes, obtidos do sangue venoso, do cordão umbilical, da placenta e da medula óssea.
2. Tal procedimento consiste na retirada de sangue por punção venosa e a sua imediata administração por via intramuscular ou subcutânea, na própria pessoa.
3. Não existem evidências científicas, trabalhos indexados, que comprovem a eficácia e segurança deste procedimento.
4. Este procedimento não foi submetido a estudos clínicos de eficácia e segurança, e a sua prática poderá causar reações adversas, imediatas ou tardias, de gravidade imprevisível.
5. A Resolução CFM nº 1.499, 26 de agosto de 1998, proíbe aos médicos a utilização de práticas terapêuticas não reconhecidas pela comunidade científica. O reconhecimento científico, quando e se ocorrer, ensejará Resolução do Conselho Federal de Medicina oficializando sua prática pelos médicos no país. Proíbe também qualquer vinculação de médicos a anúncios referentes a tais métodos e práticas.
6. A Sociedade de Hematologia e Hemoterapia não reconhece o procedimento auto-hemoterapia.
7. O procedimento “auto-hemoterapia” pode ser enquadrado no inciso V, Art. 2º do Decreto 77.052/76, e sua prática constitui infração sanitária, estando sujeita às penalidades previstas no item XXIX, do artigo 10, da Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977. As Vigilâncias Sanitárias deverão adotar as medidas legais cabíveis em relação à referida prática.
Fontes: Anvisa e Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia
*O texto não está sendo publicado em caráter de denúncia. A intenção é promover discussões e debates sobre o assunto. Pessoas que eventualmente tenham sido beneficiadas com a prática poderão fazer seus comentários.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

No vento...

Neste momento,
penso em você e, então ,
quisera me transformar em vento.
E se assim fosse, chegaria agora como brisa fresca e tocaria leve sua janela.
E se você me escuta e me permite entrar,
em você vou me enrroscar quase sem a tocar.
Vou roçar nos seus cabelos,
soprar mansinho no ouvido,
beijar sua boca macia, com o embalar no meu carinho.
Mas eu não sou vento...Agora sou só pensamento
e estou pensando em você.
E se abrir sua janela,eu estou chegando aí, agora...
neste momento, em pensamento...no vento.
Tenha uma ótima semana.
Beijos, Ricardo.

Ricardo, não sei quem é você e por quê me enviou este texto. Acredito que tenha sido para que eu o publicasse. Aí está. Agradeço imensamente pelo carinho. Um grande abraço. Boa noite. Lúcia.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Guerreira com ternura e poesia: Fátima Fílon

Existem pessoas e pessoas. Há aquelas que desistem diante dos primeiros obstáculos, dificuldades, críticas. E há outras que prosseguem em seu objetivo apesar de. Estas sabem o que querem. E vão à luta até que seu esforço, seu trabalho, seu talento sejam reconhecidos.
Assim é Fátima Fílon, que se declara apaixonada por livros e desde a adolescência rascunhava seus versos em um caderninho. Fátima é uma guerreira que abraçou como missão tornar a vida mais suave e bonita, mesmo em meio a tantas desigualdades, violência, impunidade.
Não que seja alheia à realidade. Pelo contrário. Talvez justamente por estar tão consciente das agrúrias, do sofrimento do próximo, é que optou por encantar com suas poesias, poemas, trovas e cordéis aqueles que têm a oportunidade de conhecer seu trabalho ou de conviver com ela.
Pouco a pouco, Fátima, incansável, foi conquistando seu espaço. Hoje é reconhecida e tem seu trabalho divulgado nos mais diversos meios de comunicação. Tão reconhecida que existe na cidade uma bibliteca comunitária que leva o seu nome. Justa homenagem. Lá, desenvolve projetos de arte-educação com crianças carentes, fazendo-as descobrir a importância dos livros e o prazer da leitura.
Para quem ainda não ouviu falar, trata-se da biblitoca comunitária Fátima Fílon instalada na EMEI Prefeito Carlos Franco de Faria, no Jd.Santa Terezinha, escolhida pelas professoras do PROFA e aclamada por unanimidade. O projeto Pró-Biblioteca Gerdau e o Instituto Avisalá SP, premiou Mogi Guaçu, "que foi muito bem representada pelas professoras, que não mediram esforços para trazer esse prêmio para nossa cidade", diz. A Biblioteca conta com o apoio total do PROFA que está promovendo, desde a inauguração no dia 24 de maio de 2006, eventos e ainda divulgando o e-mail e telefones para doações de livros para a Biblioteca.
Fátima tem inúmeros trabalhos publicados, entre os quais: Participação em Antologias da Casa do Escritor de Mogi Guaçu, As Aventuras de Tio Lepe, em parceria com Felipe Costa, Danilo Franco e Rosália Ribeiro: Profecias: Agenda Bons Livros ano 1995 (capa):, Agenda Bons Livros ano 1996 (capa e miolo): Agenda Taguacar, com lançamento de 30 dias consecutivos, entre outros. É autora da letra do Hino à Academia Guaçuana de Letras e de vários livros de cordel. A poesia Dias e Meses Contados, que faz parte do projeto Milagre da Vida, divulgado em clínicas e hospitais de Mogi Guaçu e outras cidades, foi premiada no Rio de Janeiro, pelo concurso Andorinha de Poesia, registro 9056. Foi também Premiada pela UCRAN (União dos Cantores Repentistas e Apologistas do Nordeste) ficando entre os 10 cordelistas do Brasil, em um concurso realizado pelo Governo do Estado de São Paulo, Metrô e Jornal Estadão.
É membro da Academia de Letras Guaçuana. Presidiu a Casa do Escritor de Mogi Guaçu, no biênio 1997-1998 e reeleita para o biênio de 2001-2002. Além de trabalhos publicados em livros e em diversos jornais, Fátima ministra palestras com frequência e é colunista no site http://www.portalmogiguacu.com.br/. Sua arte está sendo vista por crianças, jovens, adultos. Seja em clínicas, hospitais, prisões, metrô e até mesmo na rua. Modesta, frisa que tem sempre como ponto de partida o Museu Histórico e Pedagógico Dr. Sebastião José Pereira, a Biblioteca Municipal João XXIII e o Centro Cultural em Mogi Guaçu. Parabéns Fátima. Continue lutando com ternura e poesia.
Endereços de sites que divulgam alguns trabalhos de Fátima Fílon:

http://www.capitalmulher.com.br/

http://www.portalmogiguacu.com.br/

http://www.radionovaguacu.com.br/
Vale a pena conferir!

Astronauta virá ao Tupec

No próximo dia 18, o primeiro astronauta brasileiro, Marcos Cesar Pontes, estará no Teatro Tupec do Centro Cultural a partir das 19h00, onde ministrará a palestra "Conquiste seu espaço superando desafios". O convite para o astronauta vir à cidade partiu de João Vinícius Canhada, um jovem de 17 anos, que faz parte do CAMP - Centro de Aprendizagem Metódico Profissional - e é fá confesso de Pontes. Canhada, que trabalha na Multfer hé mais de um anos, explicou aos superiores que havia feito o convite, que o mesmo havia sido aceito, mas que, embora Pontes não cobre pela palestra, precisaria de apoio logístico para viabilizar a vinda dele à cidade. A empresa está apoiando oferecendo as passagens, hospedagem e todo o material necessário para a realização do evento. Não serão vendidos ingressos. Basta apresentar o convite, cuja distribuição está sendo planejada pela diretoria da Multifer.
Marcos Cesar Pontes é engenheiro aeronáutico formado pela ITA - Instituto Tecnológico e Aeronáutica e mestre em Engenharia de Sistemas pela Escola de Pós-Graduação da Marinha Americana em Monterey.
Em 29 de março de 2006 aconteceu o primeiro vôo espacial de Pontes, a bordo da espaçonave russa Soyuz TMA-8, como tripulante da Missão Centenário, definida e criada pela Agência Espacial Brasileira. Em 9 de abril de 2006, Pontes regressou à Terra depois de 10 dias no espaço, pousando no deserto do Cazaquistão.
Atualmente, Pontes traballha em Houston e no Brasil. É consultor técnico, palestrante motivacional, engenheiro e colunista. É defensorativo das causas da educação, paz mundial e consicência ambiental. Quem quiser saber mais sobre o astronauta pode acessar www.marcospontes.net.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A fábula do vendedor de cachorros-quentes


Dia destes, conversando com a naturóloga Amana Assumpção, surgiu o assunto da fatídica crise. E ela me fez lembrar da fábula mencionada acima. A história é a seguinte:

Era uma vez um homem que vivia na beira de uma estrada, vendendo cachorro-quente. Ele não tinha rádio, TV e nem lia jornais. Se preocupava em produzir e vender bons cachorros-quentes.
Ele também sabia divulgar como ninguém seu produto: colocava cartazes pela estrada, oferecia em voz alta e o povo comprava.
Usava o melhor pão e a melhor salsicha. O negócio, como não podia ser diferente, prosperava. Tanto que ele conseguiu mandar seu filho estudar na melhor faculdade do país.
Um dia, seu filho já formado voltou para casa. E falou ao pai:
- Pai, você não ouve rádio, não vê TV, não lê os jornais? A situação é crítica. O país vai quebrar.
Depois de ouvir isso, o homem pensou: "Meu filho estudou fora, lê jornais, vê TV. Deve estar com a razão".
E, com medo, procurou um fornecedor mais barato para o pão e as salsichas. Pra economizar, parou de fazer seus cartazes de propaganda. Abatido pela notícia, já não oferecia o seu produto em voz alta.
As vendas, é claro, despencaram até o negócio quebrar.
Entao o pai, muito triste, falou para o filho:
-,Você estava certo, filho, estamos no pior momento de todos os tempos.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Para pensar

"Aprendi que quando duas pessoas discutem não significa que elas se odeiem; e quando duas pessoas não discutem não significa que elas se amem."
Charles Chaplin, ator e diretor americano

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Fenomenologia

Outro dia me perguntaram o que seria a fenomenologia. Não sou uma expert no assunto. Mas posso indicar o livro de Yolanda Cintrão Forghieri (capa) através do qual pude aprender alguns princípios básicos sobre a matéria.
Arrisco a fazer alguns comentários sobre o que aprendi em sala de aula. Franz Brentano foi o precurssor da fenomenologia, que estuda a essência através da descrição do fenômeno. Posteriormente, com a queda do positivismo e de outras correntes filosóficas, Husserl foi considerado o "pai" da Fenomenologia. As correntes filosóficas de Descartes (racionalista) e a de Bacon (empirista) enfocavam a relação sujeito-objeto cada qual à sua maneira, pressupondo que o mundo existia independente do homem. Para Brentano, o ser humano e o mundo são inseparáveis.
Entende-se por fenômeno tudo o que se manifesta através da vivência, que se dá através de alguns dos nossos sentidos como visão, olfato, paladar, tato e audição. É o que aparece na nossa consciência como fato ou essência.
Essência é o próprio objeto. Existe uma essência para cada objeto que percebemos. Uma para cada qualidade que atribuímos ao objeto. Existem tantas essências quanto nossos objetos da nossa percepção, nosso pensamento podem se dar. As essências não existem fora do ato da consciência.
A Fenomenologia nega a pura objetividae, pois busca compreender o homem considerando a trajetória da civilização; o homem como ser com possibilidades de escolha, caminhos, risco e responsabilidade por seus atos.
A Fenomenologia vê o homem como um ser consciente e que a consciência não existe sem o objeto, pois é sempre consciência de algo. Faz uma análise intencional das essências nas regiões da natureza (física), do espírito (mental, abstrata, intuitiva) e da região da consciência, o próprio ato da consciência.
A consciência é dotada de intencionalidade, ou seja, da capacidade humana de ter intenção, que é o ato de atribuir sentido a alguma coisa. Sentido é o que cada um dá um determinado objeto, que é passível de identifição através da intuição: da visão do sentido ideal que atribuímos ao fato, ao fenômeno percebido.
Os aspectos da intecionalidade dependem da percepção (intenção), do significado que é dado ao objeto. Portanto, provem do objeto. A estrutura do sentido que possibilita ver e compreender o mundo exterior tal qual é. A Fenomenologia faz uma reflexão sobre a experiência variada da vivência. chegando-se ao que é essencial. Usa método experimental diferenciado, apresentando pesquisador como não-neutro, ou seja, participante.
O método fenomenológico é denominado método redutivo, que é uma mudança de atitude que permite visualizar o mundo como fenômeno. O ser humano e o mundo são inseparáveis. Um não existe sem o outro. É essa relação que interessa à Fenomenologia.

Enfim, um crítico!

Um anônimo comentou que meu último texto é medíocre. Tem todo direito de pensar assim. Agradeço qualquer comentário feito porque indica que, apesar da mediocridade, existem pessoas lendo. Só quero deixar registrado que, talvez, tal anônimo não saiba a diferença entre um texto jornalístico e um texto livre, de simples desafo, de divagação. Em nenhum momento mencionei que este seria um blog de teor jornalístico, basta observar o título: relatos e divagações.

Como é anônimo não tenho como avaliar a capacidade deste leitor de distinguir entre uma escrita livre, uma poesia, um poema, uma crônica, um conto, um relato, uma divagação, um comentário ou um fato, uma reportagem, uma notícia, uma denúncia. Talvez um dicionário o possa auxiliar.

Fico pensando se esta pessoa não é alguém que me conhece bem. Que acompanha o meu trabalho como jornalista ativa desde 1986. Talvez seja um desafeto. Talvez seja alguém que tenha sido protogonista de uma das minhas reportagens. Talvez seja apenas uma pessoa sem informação suficiente sobre o significado das palavras e que ainda não descobriu como interpretar um texto. Talvez seja alguém que sequer leia jornal, pois do contrário teria ao menos conhecimento do trabalho que já desenvolvi na cidade e em vários outros municípios. Ou pelo contrário. Talvez seja um jornalista. Quem sabe? Se jornalista, acredito que teria a hombridade e a ousadia inerentes à profissão para se identificar. Uma honra para mim.

Mas nada disto importa. O que importa mesmo é que hoje, exatamente hoje, a Prefeitura, ou como queira a SAAMA - Secretaria de Abastecimento, Agricultura e Meio Ambiente - efetuou a limpeza da área. O mato foi roçado e agora falta apenas ser rastelado. Tenho todo o direito de ter a pretensão de pensar que meu telefonema e meu texto medíocre resultaram em uma ação positiva.

Talvez quem tenha feito o comentário seja exatamente alguém que faça parte do poder público, quem sabe de uma maneira não muito digna, e tenha se sentido ofendido. De qualquer forma, o importante é que, anônimo ou não, continuem lendo e tecendo comentários. Esta é a intenção. Obrigada e tenham um excelente final de semana.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Leis no papel


O sol apareceu. Brilha escaldante. Mas, com sinceridade, meu estado de espírito e minha disposição continuam os mesmos. Na quadra onde moro o mato cobre a calçada e até os bancos da praça. Liguei na Prefeitura, a telefonista me passou um número. Tentei falar, mas não era aquele o setor responsável. Outro número. Tudo bem. Liguei de novo. A voz do outro lado de novo me informa que também aquele não era o local exato para falar sobre o assunto.

Depois de várias tentativas, fui informada que o órgão responsável pela limpeza da área é o SAAMA - Secretaria de Abastecimento, Agricultura e Meio Ambiente. Pois bem, lá vou eu de novo explicar o problema. A resposta foi rápida e ríspida. Estamos cientes do problema e logo toda a cidade será limpa. - Qual a previsão? - indago. E a voz do outro lado me responde com uma certa irritação: a previsão é para logo. Mas não há data marcada. É só ter um pouco mais de paciência!

Agradeço, desligo o telefone e fico pensando: Meus Deus, como tenho tido paciência! Tenho paciência para esperar em filas, paciência para esperar que alguma lei aprovada saia do papel, paciência para suportar falta de educação, paciência para ouvir todo mundo falar em crise, paciência para fazer coisas que não quero e paciência por não poder fazer coisas que quero. Paciência para esperar quem diz que dará um retorno qualquer e nada. O telefone não toca. É a crise. Na verdade creio que a tal crise ainda nem chegou por aqui. Mas é uma boa desculpa para aquelas pessoas que afirmam tomar decisões mas não o fazem temendo a crise.

Dizem que a esperança é a arma da paciência. Mas minha esperança está por um fio. Há lei que obriga estabelecimentos bancários a colocarem à disposição dos clientes banheiros. Pois eles não existem. Há lei que proíbe estabelecimentos comerciais de venderem cigarros e bebidas para menores. Mas a venda é constante. Há lei que dispõe sobre o transporte de trabalhadores rurais, mas eles continuam sendo transportados como se fossem animais: em ônibus caindo aos pedações, sem nenhuma segurança e tão lotados que é assustador. Nos últimos tempos, vários acidentes envolvendo estes trabalhadores. Em um destes acidentes, o motorista de um destes veículos teve o braço literalmente cortado. E a gente continua fazendo vista grossa.

Há lei que estabelece a necessidade de rampas e de facilitadores no transporte coletivo para portadores de deficiências. Raríssimos são os casos que se dispuseram a tomar tais iniciativas. E, por último, ontem fiquei sabendo que a Associação de Deficientes Físicos, que já beneficiou tantas pessoas, corre o risco de ser fechada. E nós continuamos a não fazer nada. Ufa!!!!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Angústia


Será mesmo que angústia é resultante da liberdade, que nos leva a fazer escolhas e depois arcar com as consequências das mesmas; do medo da morte, ou seja, da certeza de que somos finitos e portanto nada sabemos do futuro? Definitivamente não sei. O que sei é que a sinto forte hoje, nesta noite chuvosa - aliás, haja chuva! Sinto falta do céu azul...- de ver cores, muitas cores.

Por mais que me esforce, as lágrimas teimam em cair. Saudade, falta não sei de quê, de quem, de qual lugar. Sei só que sinto falta. Talvez de mim mesma. Será a angústia resultante do pensamento? Se deixásse de pensar agora, ela desaparecia? Tantas perguntas sem respostas. Tanta coisa a dizer sem ter a quem. Tanta solidão. Tanto cansaço. Tanta tristeza.

Sensação de que nada, absolutamente, valeu a pena. Nem o sonho, nem a esperança, nem a vivência, nem a dor, nem mesmo qualquer ato, qualquer gesto. Tudo nada. Tudo por nada.

Concluo que não gosto desta sensação, embora saiba que amanhã, ou depois, ou daqui a pouco ela vai passar. Até estar escrevendo sobre isto julgo inútil. Afinal, a maioria das pessoas que conheço declara-se feliz, realizada, completa. Não sentiria esta vergonha de existir que sinto agora. Esse doer o corpo, a alma. Esta exaustão, que é tanta que sequer me permite dormir.

Verdade seja dita. Também não quero dormir assim. Não sem antes sair de mim esse nó na garganta, esse aperto no peito. Não sem antes me exorcizar. Reencontrar-me mesmo sem saber onde foi que me perdi.

Preciso de mim mais do que nunca. E sinto a minha ausência. Defendo-me. Excluo-me. Afasto-me. Esqueço-me para que esse sentimento não tome uma dimensão ainda maior e eu definitivamente não saiba o que fazer com que ele. Não. Não é só de mim que preciso. Busco presenças. Mas presenças verdadeiras, inteiras. Não metades. Não falsidades. Não máscaras que enfeitam rostos que nem sei mais distinguir.

Busco não o riso sem graça, mas gargalhadas infinitas. Não o olhar vago, mas aquele que desnuda. Não o toque automático, mas a carícia vivifica. Não o aconchego que sufoca, mas o que calor que aquece. Não a palavra vã, mas aquela vinda do âmago.

Me vejo só. Me sinto só. Sou só. Creio que daí vem a angústia maior. O saber que neste mundo cada um de nós é só. Você consigo mesmo. Eu comigo. E vou confessar-lhe uma coisa: há momentos, como esse de hoje, de agora, que não me suporto. Não suporto esse ardor, esse desejo de mudança.

Sei. Sei sim que não dá para voltar a ser criança. Não dá para fechar os olhos para tudo que já vi e vejo. Não dá para disfarçar a repulsa, a revolta, a não compreensão de tanta violência, explícita das mais diferentes formas: corrupção, covardia, agressão, violação dos direitos humanos, degradação da natureza, desumanização. Individuação - será que existe esta palavra?- egocentrismo, ignorância, distanciamento desta realidade que tantas vezes parece tão absurda. Mas ela existe. Está aí. E sei que sozinha nada posso fazer para mudar esse estado de coisas, de ser. Estamos esquecendo de ser e lutando cada dia mais para ter. Ter o quê, para quê, se nada nos pertence? Nem mesmo a nossa pretensão de existir. Mesmo que à força, na marra. Com luta, com garra.

É isso. Sozinha não posso nada. E parece que ninguém quer estar com. Não comigo. Mas com você, com outra pessoa, com o vizinho, com o amigo, com o desconhecido, com o desvalido. Enfim, cada um é um. E só. E chega desse pensar que também não me levará a lugar algum diferente daqui, de onde estou agora. Não me levará até você e nem o trará para perto de mim. Enfim, é assim.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

No cemitério



Não sei precisar o ano, mas em plena madrugada, às 3h00 da manhã, alguém me telefona e diz que uma mulher estava desenterrando uma pessoa no cemitério da Praça da Bíblia, à época era o único que existia na cidade.
Um pouco desacreditada, desloquei-me até lá. E não é que a mulher estava mesmo tentando desenterrar alguém que havia sido sepultado na tarde daquele mesmo dia?
E ela conseguiu. Desenterrou o homem, batia violentamente em seu rosto e xingava-o com os piores adjetivos possíveis.
Conversando com ela, descobri que o homem era seu amásio. Havia sido preso e acabou falecendo depois de ter contraído o vírus da Aids. O motivo de tanta indignação era porque o amásio não lhe contou que era portador e, portanto, ela temia também estar contaminada. Ela bateu e xingou até se exaurir. Até que alguém aparecesse e colocasse o morto, de novo, em seu devido lugar. Dá para acreditar? Pois acreditem! Eu presenciei a cena.

Nova identidade



Como repórter, já ouvi muitas histórias bizarras, mas esta talvez tenha sido a mais criativa que ouvi. Na visita corriqueira à delegacia de Conchal em busca de boletins de ocorrências, um homem - aparentando ter pouco mais de 30 anos - vestido de terno, chegou ao balcão e disse:
- Por favor, eu queria mudar todos os meus documentos.
- Mas por quê? perguntou um investigador.
- É que fui promovido e agora meu nome é Deus Pai, Todo Poderoso! Quero que coloquem este nome inclusive na minha identidade (RG).
O pessoal da delegacia, que já o conhecia, começou a zoar. Um deles perguntou:
- Mas já quer mudar todos os documentos de novo? Seu nome não era Pai, Filho e Espírito Santo?
E o homem respondeu com a maior seriedade que existe:
- Era, mas agora evoluí e tenho que ter documentos novos.
Levando a brincadeira adiante, um outro da delegacia disse:
- Olha, aqui não fazemos qualquer alteração em documentos, o senhor tem que procurar o cartório. Pergunta aí para a moça, ela é do jornal.
Imediatamente, o homem voltou-se para mim. E resolvi entrar na brincadeira.
- Como é mesmo o seu nome? - perguntei.
E ele: Deus Pai, Todo Poderoso!
- Qual a sua idade, indaguei?
Ele respondeu: eu não tenho idade, sempre existi.
- De onde o senhor é?
Ele disse: estou em todos os lugares. Vim para separar aqueles que já estão salvos.
De novo, perguntei: e para onde o senhor levará os salvos?
Ele: para o planeta solar!
Eu insisti. - Mas lá não é muito quente?
Ele: lá será o paraíso, aqui, o inferno.
Por último, perguntei. - o pessoal da delegacia já está salvo?
Ele: não sei, não posso salvar ninguém através das paredes.
E eu, que moro em outra cidade, estaria salva?
- Eu estou no mundo todo. Quem quiser me ouvir e me seguir, o faça. Do contrário...
Eu desisti.
No final da história fiquei sabendo que o tal homem, muito bem vestido e falando o português corretamente, comparecia à delegacia, ao cartório, ao fórum da cidade, sempre contando a mesma história.
Gente, não é brincadeira. É real. Este homem existe. E parece realmente acreditar mesmo no que diz. Delírio puro!

Gattaca



Os estudos genéticos, com suas predições e profecias, reanimaram os estudos sobre as determinações biológicas nos animais e vêm provocando a força das culturas que se crêem capazes de domesticar e modelar essa suposta natureza pré-figurada dos humanos. O filme Gattaca é exatamente a representação deste limbo, dessa fronteira ainda pouco determinada entre a força da natureza frente à avassaladora sedução da cultura e da socialização.

A nova ordem social era fruto de uma matemática genética estabelecida ao nascer: predisposições genéticas a desordens e caracterizavam os inválidos, ao passo que os válidos eram aqueles com altos índices de "quociente" genético, um conceito eficientemente criado pelo filme para resumir o conjunto de expectativas sociais condensadas pela biologia.

Vincent era um inválido segundo a ordem sócio-genética do mundo representada por Gattaca. Entre pessoas válidas e inválidas, ou seja, entre aquelas nascidas pelo método natural e aquelas geradas com o apoio das tecnologias reprodutivas, o mundo social se organizava.

O currículo de Vincent, assim como o de todos os personagens do filme, dos faxineiros aos diretores do centro espacial, era determinado por células. Sangue e urina eram capazes de resumir o que o fenótipo teimava em esconder.

A uma primeira vista não havia diferenças entre Vincent e seu irmão, Anton, um válido gerado pelas tecnologias reprodutivas que lhe garantiram não ser obeso, não ter predisposição à violência e ter olhos e cabelos castanhos.

Os instrumentos tradicionais de definição e registro da identidade, tais como a raça, perdiam seu sentido diante da força implacável do determinismo genético. E o enredo de Gattaca faz questão de provocar os limites de nosso treino simbólico: o médico que atende os pais de Vincent por ocasião da segunda gestação é um negro, ao passo que o faxineiro-responsável pela limpeza na base espacial era branco. A diversidade racial dos astronautas que acompanham Vincent rumo ao espaço -negros, brancos e amarelos, em posição de igualdade - é impensável para o nosso tempo.

Nossa sociedade democrática está marcada pela raça, pela etnia, pelo gênero, variações físicas do conceito de classe social, assim como Gattaca estava marcada pelas células de DNA. Propositadamente, deslocaram-sem as identidades raciais de seus locais tradicionais: não importa se são pessoas brancas ou negras, o fato é que geneticistas e faxineiros são antes definidos por sua genética molecular que mesmo por sua aparência fenotípica. Os limites raciais foram ultrapassados pela descoberta dessa suposta natureza resistente à perfeição, algo que é capaz de nos nivelar pelas deficiências e falhas.

A inteligência do projeto sóciogenético apresentado pelo filme está no fato de que a identidade das pessoas válidas não se estabelece por um conjunto de valores idílicos que todas as pessoas deveriam compartilhar, tal como vulgarmente sustenta qualquer ideologia de superioridade racial; estabecesse pela ausência de falhas, um processo interminável de definição da perfeição em que o tipo ideal estaria sempre por ser alcançado. Proliferam pessoas quase perfeitas em Gattaca, a tal ponto que o diretor do centro espacial rememora o tempo em que foi preciso aceitar pessoas portadoras de falhas mais significativas. Essa perfeição biológica sempre por alcançar, o geneísmo, isto é, a ideologia que supõe haver uma superioridade genômica de alguns humanos em detrimento de outros, está dentre as filosofias segregacionistas das mais eficazes que a humanidade poderá criar.

Não há tipo ideal, não há modelo de bom. Este é um valor sempre a ser descoberto, mas continuamente balizado pelas falhas das pessoas inválidas. Por isso, arriscaria dizer que não há uma pessoa em Gattaca com "quociente genético" de 100%, uma vez que está é uma medida fruto da esperança genética da perfeição que nunca será alcançada. Esta é, no meu ponto de vista, a realidade.

Muito embora o filme seja uma aposta no futuro da genética e da ciência como agentes controladores da vida social, o enredo nos conduz exatamente à conclusão oposta: se por um lado, Vincent, o protagonista do filme, apóia-se na nova ordem científica para sobreviver e ascender socialmente, ele também representa a falência da profecia genética que lhe foi feita ao nascer. Sua fragilidade física - 99% de chances de parada cardíaca, com uma sobrevida limite de 30,2 anos, não foi capaz de invalidar sua ânsia pela expressão social.

* Análise do filme Gattaca a partir do conceito realidade, sabendo que a realidade é construída pelo homem. Trabalho apresentado como requisito básico da disciplina Sociologia e Antropologia II.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Inacabada



Nenhum som sai da minha boca

todas as palavras estão em meus olhos

agitam minhas veias

embaralham minhas idéias

misturam memórias e previsões.


A dor, quando é muita, emudece.


Mas o que tem de ser dito não se esquece

e um dia sairá em forma de grito

com sabor de lágrima.

E vai doer no seu ouvido este lamento

em forma de canção inacabada


Poesia classificada em 1º lugar em concurso realizado pela Revista Literária Santista